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Home Brasil

Dirigente vê skate brigando por medalha em Tóquio, mas sem pressão

17 de julho de 2020
Por O Nilopolitano
9 min read
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A estreia olímpica do skate em Tóquio (Japão) no ano que vem  será disputada em duas modalidades: o street (estilo praticado com obstáculos de rua, como escadarias ou corrimões) e o park (a pista tem um formato similar a de uma piscina). Cada país poderá levar até 12 atletas aos Jogos, sendo seis por modalidade – três homens e três mulheres – que estejam no top-20 mundial. Se não houvesse limite por nação, não seria absurdo imaginar o Brasil representado por cerca de 20 skatistas em Tóquio.

O presidente da Confederação Brasileira de Skate (CBSk), Eduardo Musa, admite que é grande a perspectiva de que a modalidade ajude no desempenho do país no quadro de medalhas em 2021, mas ele alerta: Também temos dimensão que essa cobrança toda pode trazer uma pressão indesejada. Tem os dois lados. A gente trabalha tecnicamente pensando sempre no melhor, mas é esporte. Queremos eliminar a pressão. Sabemos o que podemos render e vamos trabalhar ao máximo para entregar”, destacou o dirigente em entrevista à Agência Brasil .

O país tem cinco atletas entre os 10 melhores do mundo no estilo park: Dora Varella (6ª) e Isadora Pacheco (10ª) na disputa feminina, e na masculina, Luiz Francisco (2º), Pedro Barros (4º) e Pedro Quintas (6º). Já os rankings de street têm seis brasileiros no top-10. Além de Kelvin Hoefler, quinto entre os homens, são cinco mulheres nos 10 melhores postos da World Skate, federação internacional da modalidade. A lista é liderada pela atual campeã mundial, Pâmela Rosa (1ª), seguida pela vice Rayssa Leal (2ª), além de Letícia Bufoni (4ª), Gabriela Mazetto (8ª) e Virgínia Fortes Águas (10ª).

Rayssa Leal, vice-campeã mundial no street, ao lado da campeã Pâmela Rosa: ambas tem grandes chances de competir nos Jogos de Tóquio –  Divulgação/CBSK

 

Completando a seleção brasileira, há outros 11 skatistas na reta final do ciclo olímpico, que ganhou mais um ano com o adiamento dos Jogos para 2021, por conta da pandemia do novo coronavírus (covid-19). A janela para obtenção de resultados fechará em 29 de junho do ano que vem, a menos de um mês para a abertura da Olimpíada de Tóquio. Os eventos internacionais estão suspensos por tempo indeterminado.

O impacto da pandemia de covid-19 no planejamento do skate brasileiro e o retorno dos atletas aos treinos, quando possível, também foram abordados por Musa. O dirigente sublinhou a chance que o skate de competição tem de conquistar uma nova fatia do mercado esportivo, após os Jogos de Tóquio. Musa também abordou uma das peculiaridades da modalidade que, muitas vezes, suscita discussões: a precocidade de seus praticantes, como a brasileira Rayssa Leal, a Fadinha, vice-campeã mundial no street aos 12 anos.

Agência Brasil: A chegada da pandemia do novo coronavírus interrompeu eventos esportivos e treinos pelo mundo. Não foi diferente no skate. Como a CBSk tem tem atuado junto aos skatistas da seleção durante esse período de paralisação de atividades?

Eduardo Musa – O objetivo inicial foi cuidar dos skatistas e se colocar à disposição deles. Muitos têm pais e mães de grupo de risco. O segundo momento foi trabalhar a ansiedade. No começo, a gente não sabia se teria Olimpíada, se teria competição. Com o adiamento, embora tenha sido um momento triste, pelo trabalho de três anos e meio, acabou um pouco a questão da ansiedade e a gente passou a tratar a manutenção de exercícios em uma visão de saúde, de se manter a sanidade e a questão física em bons aspectos. Agora, é o terceiro momento, que é a preparação para a volta. Óbvio que não tem uma data de volta, mas, não se fala mais em lockdown , então, as pessoas já têm a possibilidade de fazer uma corrida do lado de fora, na rua, e, em alguns lugares, andar de skate. A gente não prega que todo mundo volte à sua rotina normal, longe disso, mas que tenha os cuidados e começar a discutir individualmente. E esse é um problema, né? Se fosse um esporte coletivo, fazia uma reunião virtual com todos. O skate tem questões pessoais de cada um. Alguns têm pista particular à disposição, outros não. Então, estamos trabalhando junto a eles. São 22 atletas na seleção, a gente tem 22 planos de retorno individualizados, levando em conta, claro, as condições físicas de cada um, mas, principalmente, as características de onde moram, qual pista pode e qual não pode.

Agência Brasil: Em alguns países, como os europeus, a prática esportiva está liberada com menos restrições. O Brasil vive, ainda, um estágio anterior no enfrentamento da pandemia. Dentro do planejamento, o que vem sendo feito para que o skate brasileiro, no processo olímpico, consiga correr atrás do tempo?

Musa – Hoje, 10 de julho [data da entrevista], a gente ainda não vê prejuízo técnico para o skate brasileiro, falando de Olimpíada. A gente entende que vai ter tempo, sim, para se recuperar e que chega forte do mesmo jeito na Olimpíada em 2021. Dito isso, claro que, quanto mais tempo demorar, a apreensão pode voltar a acontecer. Mas, hoje, olhando o cenário, a gente entende que é possível, sim, que em um período não tão longo, claro que não tão curto, os atletas de alto nível possam voltar a exercer.

Agência Brasil: Nesta sexta-feira (17), embarca para a Europa a primeira leva de atletas e técnicos,com o objetivo de retomar os treinos em segurança. O skate está integrado a esse planejamento do Comitê Olímpico do Brasil (COB)?

Musa – Estamos discutindo com o COB, sim. Ainda não tem um planejamento certo, até porque a gente quer condicioná-lo à sinalização da nossa federação internacional [ World Skate ] quanto à volta das competições. Hoje, não existe sinalização nenhuma de volta. O único acordo é que a Federação Internacional não pode anunciar nenhum evento com menos de 60 dias de antecedência. Acreditamos que não vá acontecer tão cedo. Brasileiros ainda estão proibidos de entrar em vários países, então não existe nem condição técnica de os eventos serem realizados. A gente quer finalizar essa questão com o COB [da Missão Europa], é claro, de comum acordo, assim que tivermos um pouco mais claro nosso panorama internacional.

 Luiz Francisco é um dos cinco brasileiros no ranking do melhores do mundo no estilo park. Ele ocupa a 2ª posição.e poderá estar em Tóquio – Julio Detefon STU/Direitos Reservados

 

Agência Brasil: Com o adiamento dos Jogos, o ciclo olímpico de Tóquio acabou ganhando mais um ano. Contratos de patrocínio que tenham sido assinados pensando no ciclo tradicional, de quatro anos, terminariam antes da Olimpíada. No caso da CBSk, haverá a necessidade de se rever algum desses contratos?

Musa – Nosso principal contrato é da Nike , fornecedora de material esportivo. Ele termina no final do ano. A gente não tem pressa [para renovar], até porque entende o seguinte: nesse momento de pandemia, se nas suas relações comerciais, você começar a falar na cláusula 15, cláusula 18, etc., todo mundo já sai perdendo. Não é o momento. Ninguém previu em contrato uma situação como essa. É o momento de entender melhor a situação de ambos os lados. Óbvio, vai ter que existir uma conversa. Temos mantido conversa com os representantes da empresa, mas nenhum movimento no sentido de rediscutir o acordo. É muito mais de entender o momento, de manter a relação. Nossa relação com a Nike sempre foi de muita parceria e muito respeito. Pautado nisso, a gente acha que ainda não é momento, porque não tem urgência. Quando as duas partes estiverem prontas, sentamos para rediscutir [o contrato de] 2021 em diante.

Agência Brasil: O Brasil tem alguns dos principais nomes do skate na atualidade nas duas modalidades com disputas em Tóquio. Há uma possibilidade real de o esporte ser o carro-chefe do país no quadro de medalhas em 2021. É um cenário do qual vocês têm dimensão?

Musa – Temos. Mas, também temos a dimensão que essa cobrança toda pode trazer uma pressão indesejada e a gente ser um fracasso. Tem os dois lados. A gente trabalha tecnicamente pensando sempre no melhor, mas é esporte. Outro fator importante: uma competição de skate, de alto nível, é disputada por quatro, cinco dias, no mínimo, de forma geral. Na Olimpíada, é um dia só. Tudo isso muda, gera sentimentos e reações que a gente está tentando entender com todo mundo. A gente não foge dessa questão. A gente sabe que pode ser importante para o Brasil no quadro de medalhas. Mas, não é nosso pensamento no momento. Temos um desafio, uma meta nossa, de classificar atletas nas 12 vagas olímpicas. A gente tem plenas condições. É trabalhar esses 22 [skatistas da seleção] para que os 12 que cheguem a Tóquio estejam muito fortes, e extrair o melhor para a carreira deles, para a confederação e, principalmente, para o skate brasileiro. Um bom resultado em Tóquio dará uma visibilidade ao skate de competição nacional que nunca teve antes. O skate tem um mercado próprio, uma comunidade muito forte, que sempre viveu independente. Agora, no meu entendimento, [a modalidade] vai conseguir mais essa fatia de mercado, que é o skate de competição, e acho que estamos preparados para isso. Mas, é esporte. Queremos eliminar a pressão. Sabemos o que podemos render e vamos trabalhar ao máximo para entregar.

Agência Brasil: Falando em pressão, a gente percebe que uma das características do skate é a juventude de boa parte dos competidores. Muitos, inclusive, são até menores de 18 anos. O Brasil tem a peculiaridade da Rayssa Leal, vice-campeã mundial no street aos 12 anos. A precocidade é um assunto que, volta e meia, vem à tona – como veio após o acidente da Sky Brown [skatista anglo-japonesa, de 11 anos, terceira colocada no Mundial de park,  que caiu da pista, de uma altura de 4 metros]. Como você vê essa questão de idade, juventude e competição?

Musa – Com justiça, ninguém culpa outro esporte se alguma outra pessoa se acidenta. Se eu ando de bicicleta na praia e me acidento, qual a culpa que o ciclismo tem? Nenhuma. A Sky Brown estava em uma pista de skate que não é olímpica, com os pais dela e com um dos maiores nomes do skate mundial [Tony Hawk], se divertindo e caiu. É um esporte em que você pode cair. Você também pode cair da trave na ginástica. E a culpa é do esporte? Não. Acho que a discussão foi tirada de perspectiva. Falando especificamente das crianças, é uma coisa cultural [skatistas de faixas etárias diferentes andando juntos]. A gente não tem júnior, infantil, sub-isso ou sub-aquilo. Na cultura do skate, foi sempre assim que as pessoas competiram. A gente precisa entender isso. Claro que eu não posso ignorar que as reações emocionais de uma pessoa de 26 anos são diferentes de uma de 12, 13 anos. Mas, é importante [lembrar] que essa geração atual foi criada assim, competiu assim em X-Games e outros eventos. Acho que é um movimento natural da nossa Federação Internacional começar a colocar um limite de idade pós-Tóquio. Acho que isso vai acontecer, mas é muito mais pelas gerações que vêm com essa cabeça [de ser skatista de competição], e é natural que aconteça, porque o skate está ganhando um ambiente competitivo. A grande maioria dos que você vê na seleção, talvez 100%, não começaram no skate para competir, mas por diversão. Neste momento, o cenário do skate é diferente dos outros sim.

Agência Brasil: Você está na CBSk desde 2017, primeiro como vice do Bob Burnquist, um dos maiores nomes do skate em todos os tempos, depois na presidência, quando ele deixou o cargo, em junho do ano passado. Qual o balanço desse ciclo?

Musa – É de muito orgulho pelo trabalho, da gente começar uma federação que tinha uma pessoa voluntária trabalhando, hoje já são 17 colaboradores remunerados. Acho que vamos deixar um legado de estrutura do esporte e de organização do esporte que o skate nunca teve – também porque nunca quis ter. O skate, diga-se isso, sempre quis viver da forma que viveu. É que o skate olímpico é uma nova vertente, uma questão de possibilidade de um crescimento. Mas, é fundamental e importante a gente deixar a estrutura da confederação para fomento do esporte. O Brasil sempre foi uma potência no skate. O Bob é o precursor e foi o maior, junto com o Sandro [Dias, o Mineirinho], mas o Brasil sempre teve expoente. Tinha dificuldade de viajar para o exterior, mas quando essas barreiras foram ultrapassadas, o Brasil passou a ter muitos expoentes. A questão é que agora estamos conseguindo dar estrutura, aumentar a base do skate, fomentar e fazer com que grandes valores conseguissem chegar a campeonatos importantes para disputar.

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Rayssa Leal, vice-campe\u00e3 mundial no street, ao lado da campe\u00e3\u00a0P\u00e2mela Rosa: ambas tem grandes chances de competir nos\u00a0Jogos de T\u00f3quio\u00a0-\u00a0\u00a0Divulga\u00e7\u00e3o\/CBSK\n\n\n

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Completando a sele\u00e7\u00e3o brasileira, h\u00e1 outros 11 skatistas na reta final do ciclo ol\u00edmpico, que ganhou mais um ano com o adiamento dos Jogos para 2021, por conta da pandemia do novo coronav\u00edrus (covid-19). A janela para obten\u00e7\u00e3o de resultados fechar\u00e1 em 29 de junho do ano que vem, a menos de um m\u00eas para a abertura da Olimp\u00edada de T\u00f3quio. Os eventos internacionais est\u00e3o suspensos por tempo indeterminado.\n\n

O impacto da pandemia de covid-19 no planejamento do skate brasileiro e o retorno dos atletas aos treinos, quando poss\u00edvel, tamb\u00e9m foram abordados por Musa. O dirigente sublinhou a chance que o skate de competi\u00e7\u00e3o\u00a0tem de conquistar uma nova fatia do mercado esportivo, ap\u00f3s os Jogos de T\u00f3quio. Musa tamb\u00e9m abordou uma das peculiaridades da modalidade\u00a0que, muitas vezes, suscita discuss\u00f5es: a precocidade de seus praticantes, como a brasileira Rayssa Leal, a Fadinha,\u00a0vice-campe\u00e3 mundial no street aos 12 anos.\n\n

Ag\u00eancia Brasil:\u00a0A chegada da pandemia do novo coronav\u00edrus interrompeu eventos esportivos e treinos pelo mundo. N\u00e3o foi diferente no skate. Como a CBSk tem tem atuado junto aos skatistas da sele\u00e7\u00e3o durante esse per\u00edodo de paralisa\u00e7\u00e3o de atividades?\n\n

Eduardo Musa - O objetivo inicial foi cuidar dos skatistas e se colocar \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o deles. Muitos t\u00eam pais e m\u00e3es de grupo de risco. O segundo momento foi trabalhar a ansiedade. No come\u00e7o, a gente n\u00e3o sabia se teria Olimp\u00edada, se teria competi\u00e7\u00e3o. Com o adiamento, embora tenha sido um momento triste, pelo trabalho de tr\u00eas anos e meio, acabou um pouco a quest\u00e3o da ansiedade e a gente passou a tratar a manuten\u00e7\u00e3o de exerc\u00edcios em uma vis\u00e3o de sa\u00fade, de se manter a sanidade e a quest\u00e3o f\u00edsica em bons aspectos. Agora, \u00e9 o terceiro momento, que \u00e9 a prepara\u00e7\u00e3o para a volta. \u00d3bvio que n\u00e3o tem uma data de volta, mas, n\u00e3o se fala mais em lockdown , ent\u00e3o, as pessoas j\u00e1 t\u00eam a possibilidade de fazer uma corrida do lado de fora, na rua, e, em alguns lugares, andar de skate. A gente n\u00e3o prega que todo mundo volte \u00e0 sua rotina normal, longe disso, mas que tenha os cuidados e come\u00e7ar a discutir individualmente. E esse \u00e9 um problema, n\u00e9? Se fosse um esporte coletivo, fazia uma reuni\u00e3o virtual com todos. O skate tem quest\u00f5es pessoais de cada um. Alguns t\u00eam pista particular \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o, outros n\u00e3o. Ent\u00e3o, estamos trabalhando junto a eles. S\u00e3o 22 atletas na sele\u00e7\u00e3o, a gente tem 22 planos de retorno individualizados, levando em conta, claro, as condi\u00e7\u00f5es f\u00edsicas de cada um, mas, principalmente, as caracter\u00edsticas de onde moram, qual pista pode e qual n\u00e3o pode.\n\n

Ag\u00eancia Brasil:\u00a0Em alguns pa\u00edses, como os europeus, a pr\u00e1tica esportiva est\u00e1 liberada com menos restri\u00e7\u00f5es. O Brasil vive, ainda, um est\u00e1gio anterior no enfrentamento da pandemia. Dentro do planejamento, o que vem sendo feito para que o skate brasileiro, no processo ol\u00edmpico, consiga correr atr\u00e1s do tempo?\n\n

Musa - Hoje, 10 de julho [data da entrevista], a gente ainda n\u00e3o v\u00ea preju\u00edzo t\u00e9cnico para o skate brasileiro, falando de Olimp\u00edada. A gente entende que vai ter tempo, sim, para se recuperar e que chega forte do mesmo jeito na Olimp\u00edada em 2021. Dito isso, claro que, quanto mais tempo demorar, a apreens\u00e3o pode voltar a acontecer. Mas, hoje, olhando o cen\u00e1rio, a gente entende que \u00e9 poss\u00edvel, sim, que em um per\u00edodo n\u00e3o t\u00e3o longo, claro que n\u00e3o t\u00e3o curto, os atletas de alto n\u00edvel possam voltar a exercer.\n\n

Ag\u00eancia Brasil:\u00a0Nesta sexta-feira (17), embarca para a Europa a primeira leva de atletas e t\u00e9cnicos,com o objetivo de retomar os treinos em seguran\u00e7a. O skate est\u00e1 integrado a esse planejamento do Comit\u00ea Ol\u00edmpico do Brasil (COB)?\n\n

Musa - Estamos discutindo com o COB, sim. Ainda n\u00e3o tem um planejamento certo, at\u00e9 porque a gente quer condicion\u00e1-lo \u00e0 sinaliza\u00e7\u00e3o da nossa federa\u00e7\u00e3o internacional [ World Skate ] quanto \u00e0 volta das competi\u00e7\u00f5es. Hoje, n\u00e3o existe sinaliza\u00e7\u00e3o nenhuma de volta. O \u00fanico acordo \u00e9 que a Federa\u00e7\u00e3o Internacional n\u00e3o pode anunciar nenhum evento com menos de 60 dias de anteced\u00eancia. Acreditamos que n\u00e3o v\u00e1 acontecer t\u00e3o cedo. Brasileiros ainda est\u00e3o proibidos de entrar em v\u00e1rios pa\u00edses, ent\u00e3o n\u00e3o existe nem condi\u00e7\u00e3o t\u00e9cnica de os eventos serem realizados. A gente quer finalizar essa quest\u00e3o com o COB [da Miss\u00e3o Europa], \u00e9 claro, de comum acordo, assim que tivermos um pouco mais claro nosso panorama internacional.\n\n

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\u00a0Luiz Francisco \u00e9 um dos cinco brasileiros no ranking do melhores do mundo no estilo\u00a0park. Ele ocupa a 2\u00aa posi\u00e7\u00e3o.e poder\u00e1 estar em T\u00f3quio\u00a0- Julio Detefon STU\/Direitos Reservados\n\n\n

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Ag\u00eancia Brasil:\u00a0Com o adiamento dos Jogos, o ciclo ol\u00edmpico de T\u00f3quio acabou ganhando mais um ano. Contratos de patroc\u00ednio que tenham sido assinados pensando no ciclo tradicional, de quatro anos, terminariam antes da Olimp\u00edada. No caso da CBSk, haver\u00e1 a necessidade de se rever algum desses contratos?\n\n

Musa - Nosso principal contrato \u00e9 da Nike , fornecedora de material esportivo. Ele termina no final do ano. A gente n\u00e3o tem pressa [para renovar], at\u00e9 porque entende o seguinte: nesse momento de pandemia, se nas suas rela\u00e7\u00f5es comerciais, voc\u00ea come\u00e7ar a falar na cl\u00e1usula 15, cl\u00e1usula 18, etc., todo mundo j\u00e1 sai perdendo. N\u00e3o \u00e9 o momento. Ningu\u00e9m previu em contrato uma situa\u00e7\u00e3o como essa. \u00c9 o momento de entender melhor a situa\u00e7\u00e3o de ambos os lados. \u00d3bvio, vai ter que existir uma conversa. Temos mantido conversa com os representantes da empresa, mas nenhum movimento no sentido de rediscutir o acordo. \u00c9 muito mais de entender o momento, de manter a rela\u00e7\u00e3o. Nossa rela\u00e7\u00e3o com a Nike sempre foi de muita parceria e muito respeito. Pautado nisso, a gente acha que ainda n\u00e3o \u00e9 momento, porque n\u00e3o tem urg\u00eancia. Quando as duas partes estiverem prontas, sentamos para rediscutir [o contrato de] 2021 em diante.\n\n

Ag\u00eancia Brasil:\u00a0O Brasil tem alguns dos principais nomes do skate na atualidade nas duas modalidades com disputas em T\u00f3quio. H\u00e1 uma possibilidade real de o esporte ser o carro-chefe do pa\u00eds no quadro de medalhas em 2021. \u00c9 um cen\u00e1rio do qual voc\u00eas t\u00eam dimens\u00e3o?\n\n

Musa - Temos. Mas, tamb\u00e9m temos a dimens\u00e3o que essa cobran\u00e7a toda pode trazer uma press\u00e3o indesejada e a gente ser um fracasso. Tem os dois lados. A gente trabalha tecnicamente pensando sempre no melhor, mas \u00e9 esporte. Outro fator importante: uma competi\u00e7\u00e3o de skate, de alto n\u00edvel, \u00e9 disputada por quatro, cinco dias, no m\u00ednimo, de forma geral. Na Olimp\u00edada, \u00e9 um dia s\u00f3. Tudo isso muda, gera sentimentos e rea\u00e7\u00f5es que a gente est\u00e1 tentando entender com todo mundo. A gente n\u00e3o foge dessa quest\u00e3o. A gente sabe que pode ser importante para o Brasil no quadro de medalhas. Mas, n\u00e3o \u00e9 nosso pensamento no momento. Temos um desafio, uma meta nossa, de classificar atletas nas 12 vagas ol\u00edmpicas. A gente tem plenas condi\u00e7\u00f5es. \u00c9 trabalhar esses 22 [skatistas da sele\u00e7\u00e3o] para que os 12 que cheguem a T\u00f3quio estejam muito fortes, e extrair o melhor para a carreira deles, para a confedera\u00e7\u00e3o e, principalmente, para o skate brasileiro. Um bom resultado em T\u00f3quio dar\u00e1 uma visibilidade ao skate de competi\u00e7\u00e3o nacional que nunca teve antes. O skate tem um mercado pr\u00f3prio, uma comunidade muito forte, que sempre viveu independente. Agora, no meu entendimento, [a modalidade] vai conseguir mais essa fatia de mercado, que \u00e9 o skate de competi\u00e7\u00e3o, e acho que estamos preparados para isso. Mas, \u00e9 esporte. Queremos eliminar a press\u00e3o. Sabemos o que podemos render e vamos trabalhar ao m\u00e1ximo para entregar.\n\n

Ag\u00eancia Brasil:\u00a0Falando em press\u00e3o, a gente percebe que uma das caracter\u00edsticas do skate \u00e9 a juventude de boa parte dos competidores. Muitos, inclusive, s\u00e3o at\u00e9 menores de 18 anos. O Brasil tem a peculiaridade da Rayssa Leal, vice-campe\u00e3 mundial no street aos 12 anos. A precocidade \u00e9 um assunto que, volta e meia, vem \u00e0 tona \u2013 como veio ap\u00f3s o acidente da Sky Brown [skatista anglo-japonesa, de 11 anos, terceira colocada no Mundial de park,\u00a0 que caiu da pista, de uma altura de 4 metros]. Como voc\u00ea v\u00ea essa quest\u00e3o de idade, juventude e competi\u00e7\u00e3o?\n\n

Musa - Com justi\u00e7a, ningu\u00e9m culpa outro esporte se alguma outra pessoa se acidenta. Se eu ando de bicicleta na praia e me acidento, qual a culpa que o ciclismo tem? Nenhuma. A Sky Brown estava em uma pista de skate que n\u00e3o \u00e9 ol\u00edmpica, com os pais dela e com um dos maiores nomes do skate mundial [Tony Hawk], se divertindo e caiu. \u00c9 um esporte em que voc\u00ea pode cair. Voc\u00ea tamb\u00e9m pode cair da trave na gin\u00e1stica. E a culpa \u00e9 do esporte? N\u00e3o. Acho que a discuss\u00e3o foi tirada de perspectiva. Falando especificamente das crian\u00e7as, \u00e9 uma coisa cultural [skatistas de faixas et\u00e1rias diferentes andando juntos]. A gente n\u00e3o tem j\u00fanior, infantil, sub-isso ou sub-aquilo. Na cultura do skate, foi sempre assim que as pessoas competiram. A gente precisa entender isso. Claro que eu n\u00e3o posso ignorar que as rea\u00e7\u00f5es emocionais de uma pessoa de 26 anos s\u00e3o diferentes de uma de 12, 13 anos. Mas, \u00e9 importante [lembrar] que essa gera\u00e7\u00e3o atual foi criada assim, competiu assim em X-Games e outros eventos. Acho que \u00e9 um movimento natural da nossa Federa\u00e7\u00e3o Internacional come\u00e7ar a colocar um limite de idade p\u00f3s-T\u00f3quio. Acho que isso vai acontecer, mas \u00e9 muito mais pelas gera\u00e7\u00f5es que v\u00eam com essa cabe\u00e7a [de ser skatista de competi\u00e7\u00e3o], e \u00e9 natural que aconte\u00e7a, porque o skate est\u00e1 ganhando um ambiente competitivo. A grande maioria dos que voc\u00ea v\u00ea na sele\u00e7\u00e3o, talvez 100%, n\u00e3o come\u00e7aram no skate para competir, mas por divers\u00e3o. Neste momento, o cen\u00e1rio do skate \u00e9 diferente dos outros sim.\n\n

Ag\u00eancia Brasil:\u00a0Voc\u00ea est\u00e1 na CBSk desde 2017, primeiro como vice do Bob Burnquist, um dos maiores nomes do skate em todos os tempos, depois na presid\u00eancia, quando ele deixou o cargo, em junho do ano passado. Qual o balan\u00e7o desse ciclo?\n\n

Musa - \u00c9 de muito orgulho pelo trabalho, da gente come\u00e7ar uma federa\u00e7\u00e3o que tinha uma pessoa volunt\u00e1ria trabalhando, hoje j\u00e1 s\u00e3o 17 colaboradores remunerados. Acho que vamos deixar um legado de estrutura do esporte e de organiza\u00e7\u00e3o do esporte que o skate nunca teve \u2013 tamb\u00e9m porque nunca quis ter. O skate, diga-se isso, sempre quis viver da forma que viveu. \u00c9 que o skate ol\u00edmpico \u00e9 uma nova vertente, uma quest\u00e3o de possibilidade de um crescimento. Mas, \u00e9 fundamental e importante a gente deixar a estrutura da confedera\u00e7\u00e3o para fomento do esporte. O Brasil sempre foi uma pot\u00eancia no skate. O Bob \u00e9 o precursor e foi o maior, junto com o Sandro [Dias, o Mineirinho], mas o Brasil sempre teve expoente. Tinha dificuldade de viajar para o exterior, mas quando essas barreiras foram ultrapassadas, o Brasil passou a ter muitos expoentes. A quest\u00e3o \u00e9 que agora estamos conseguindo dar estrutura, aumentar a base do skate, fomentar e fazer com que grandes valores conseguissem chegar a campeonatos importantes para disputar.\n\t\t \r\n","author":{"@type":"Person","name":"O Nilopolitano","url":"https:\/\/onilopolitano.com.br\/author\/onilopolitano\/","sameAs":["https:\/\/onilopolitano.com.br"]},"articleSection":["Brasil"],"image":{"@type":"ImageObject","url":"https:\/\/onilopolitano.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/07\/Dirigente-ve-skate-brigando-por-medalha-em-Toquio-mas-sem.jpg","width":754,"height":503},"publisher":{"@type":"Organization","name":"","url":"https:\/\/onilopolitano.com.br","logo":{"@type":"ImageObject","url":""},"sameAs":["https:\/\/www.facebook.com\/siteonilopolitano","https:\/\/twitter.com\/o_nilopolitano","https:\/\/instagram.com\/onilopolitano"]}}